Na sala do tempo. Não era bem uma sala, mas apenas assim era chamada. Era uma região a qual não tinha conexão temporal. Estava sempre ali, sempre existiu, sempre existe. Os presos temporais não podiam sair dali, mas o que eles não sabiam, é que essa região se estendia pelo universo inteiro, como se fosse um paralelo. É curioso, mas eles simplesmente se contentavam em repetir os mesmos gestos e atitudes sempre. Como se fossem obrigados a estarem travados temporalmente. Mas conversando com eles, percebi que não estavam. 

Eu estava conversando com eles num local que era copia exata do meu quintal. Porém no caminho que levaria até a garagem havia uma placa escrito “Korea”, representando Coreia em inglês. Disseram que na garagem existia uma japonesa que planejava sair da trava temporal, ela estava se preparando para navegar. Não sei em que mares, mas foi o que eles disseram.

Eles estavam todos presos naquele setor temporal chamado Sala do Tempo, que apesar de eles se sentirem limitados a fazerem o que faziam e a ficarem ali mesmo, eles não estavam. Era um mundo em particular, tão grande quanto o que eu e você vivemos, e que eles achavam que não existia. Eles apenas se limitavam a aquela existência, infinita e repetitiva, mesmo existindo o mundo maravilhoso e variável ao seu redor.