(Trecho de “A Viagem no Tempo”)

    Desde cedo, eu já me preocupava com minha própria educação. Eu sempre tive a plena noção de que quanto mais novo, mais fácil é de se adaptar as eventualidades da vida. Só que muitas coisas não se vivencia quando você é novo. Procurei então métodos e maneira de adquirir experiência logo cedo. O jeito mais fácil foi ajudar pessoas. Sempre gostei de ajudar pessoas, é algo que me faz bem. Ajudar pessoas gera experiência também. Não é tão efetivo quanto viver a experiência, mas bem, era o que eu tinha pra minha idade.

    Sempre fui muito analista ao meio em que vivo. Muito observador, raramente deixava escapar um detalhe. Ajudando pessoas, eu reparava em todos os detalhes. Reações, falas, personalidade, tudo era importante. Cheguei ao ponto de conseguir prever atitudes de pessoas mesmo tendo uma conversa com elas. Isso realmente me fascinava. É até um tanto irônico, mas eu sempre ajudei as pessoas sem realmente me preocupar com elas. Eu ajudava por que me fazia bem, e não por que eu queria fazer bem. Isso pode soar um pouco egoísta, mas são poucas pessoas que realmente mereceram minha ajuda.

Usando a internet, comecei os estudos sobre a mente humana. Queria saber mais, me aprofundar, ir para um território que ninguém tinha ido. Li muitos artigos sobre poder da mente, sonhos lúcidos, paranormalidade, física quântica e biologia. Mas ainda sim, eu estava muito limitado. Parecia que tudo que eu pudesse encontrar era apenas algo “fácil” de se deduzir, ou algo bem lógico. Definitivamente eu não estava nem um pouco satisfeito com isso. Resolvi ir além, estudando pseudo-ciências e buscando documentos e relatos de pessoas que tentaram ir além.

    A maioria era tudo baboseira. Pessoas querendo chamar a atenção com coisas falsas, inventadas ou coisa do tipo. Detesto isso. Para que inventar algo assim? Para que tentar mostrar que é algo que realmente não é? Perda de tempo. De verdade. Mas certos relatos e documentos me interessaram. Dos que faziam algum sentido, a maioria era relativo a sonhos lúcidos. Uma pessoa disse que era apenas possível descobrir os limites da própria mente explorando-a pelos próprios sonhos. Fazia muito sentido, afinal eu sabia que em um sonho, você está algumas “camadas” abaixo da sua consciência, ou seja, mais próximo do funcionamento físico do seu cérebro. Resolvi então ir atrás desse assunto.

(Próxima parte: Sonhos Lúcidos)